segunda-feira, 5 de julho de 2010

Drama nosso de cada dia


Assisti na semana passada um filme chamado "Desejo e Reparação". Gênero: drama. É, drama.

Quando estou procurando um filme para assistir na televisão, vou direto aos suspenses, à ação, à ficção. Acho que com todo mundo é mais ou menos assim. Quando lê a sinopse de um filme e percebe que um drama se aproxima, logo troca de opção.

Mas por quê? Por que evitamos o drama no cinema?
Simples.

Nos filmes de ação, aventura, romance, comédia e outros, podemos fantasiar e vibrar junto com nossos heróis e personagens a cada evento do filme.

Rimos dos desastres amorosos, vibramos com as explosões, angustiamos com a fuga das vítimas de um cruel assassino. E conseguimos nos distanciar desse mundo fantástico vivido pelos atores. Somos apenas espectadores.

No drama isso não é possível. Ele mexe com algo muito mais profundo da nossa essência: nossas dores e frustrações.

Enquanto nos outros gêneros de filme podemos esperar uma reviravolta extraordinária (e é isso que nos move até o final da história), no drama isso não é possível, pois o final já se anuncia na descrição do filme.

Mocinho conhece mocinha e ambos vivem um amor mágico e trágico. Não ficarão juntos no final. E essa é a razão pela qual esses filmes não nos atraem. Já vivemos quantidades suficientes de dramas diários para suportar mais essa perda.

No drama, há quem aprecie e consiga ver beleza na perda, na dor, no desencontro. Admiro-os.

Ao assistir dramas, fica apenas a sensação de fantasia inacabada. Como no filme supracitado. A gente espera a tormenta passar para então ver objetivo em tanta espera, tantas lágrimas. E o objetivo acaba sendo apenas esse: mostrar-nos o lado doloroso da vida.

Continuarei assistindo aos dramas e encararando nossos próprios dramas cotidianos em cada um deles. Às vezes nos faz bem.

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