domingo, 27 de junho de 2010

O tempo e as mudanças


Hoje acordei pensando nas mudanças que vêm com o tempo. Pequenas coisas, grandes coisas, coisas tão sutis que só nos damos conta quando, depois de muito tempo pensamos nelas como eram no começo.

Às vezes passamos uma vida esperando por uma mudança que jamais chega, porque, na verdade quando ela chega, já não é mais a mudança que esperávamos. Vai entender o ser humano...

Estamos em constante mudança. As idéias mudam, as feições mudam, os sentimentos mudam. Mas na maioria das vezes é mais fácil apontar essas mudanças nos outros. Mudar não é um processo fácil. Ele nos exige admitir que não somos tão controladores de nossas vidas como gostaríamos. O tempo e a vida nos mudam e isso é inevitável!

Quando recebo um paciente pela primeira vez, escuto suas queixas e questiono o que é esperado do processo terapêutico, invariavelmente escuto: "Quero que as coisas voltem a ser como eram antes."
Como se fosse possível apagar as marcas que as coisas e o tempo deixam em nós. E como se, depois dos eventos de vida que nos afetaram, pudéssemos ser os mesmos!
Trabalhar essas mudanças é um exercício.

Será que estamos prontos para receber as mudanças que estão acontecendo ao nosso redor? Será que não estamos ainda presos aos eventos passados e olhando na direção errada?
Se estivermos olhando para a pessoa que fomos antes (antes do namoro, antes do emprego, antes do casamento, antes da morte do fulano, antes...) estaremos enxergando uma outra face nossa. Face essa que já foi, que não volta mais, que se transformou no que somos hoje.

Estamos dispostos a olhar por essa perspectiva? Será que estamos prontos para causar a mudança que gostaríamos na nossa vida agora?

Um comentário:

  1. É verdade, nós costumamos olhar para nosso passado mas o pior é quando queremos viver nele ainda.
    Belo texto!

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