E chega o dia em que a gente cansa.
Cansa de esperar, cansa de se estressar, cansa de repetir as mesmas palavras furadas, cansa o corpo e a alma.
Às vezes o cansaço vem na hora. O fato acontece e pá! Bate a bobeira, a vontade de ficar na cama, de tomar um banho e não sair mais debaixo daquela água quente que cai sobre nossa cabeça.
Às vezes demora. Tem gente que é do tipo que guarda. Cada gotinha que cai fica ali, alterando o estado das coisas. Parece silenciosa... Só parece.
Chega o momento em que o copo transborda.
Escorre indiscriminadamente o líquido e molha toda a superfície. Uma vez molhada, não é mais possível nega o fato: o corpo fala!
Enquanto a gente demora para escutar, ele sofre.
Ai vem a sessão interminável de sintomas físicos.
A cabeça dói, o coração dispara.
Ou a gente pára ou continua negando ao corpo (e a mente) o direito de se expressar apesar da boca dizer não.
O corpo pede: "descansa". A consciência diz: "não".
O corpo paga.