domingo, 3 de julho de 2011

Janelas da alma

Me encontro em um campo verde
mirando o infinito
Ouvindo o som e
o eco
das minhas palavras proferidas ao interminável horizonte
Cabelos soltos enroscando-se com a brisa
que aumenta de intensidade
Sinto este vento soprando palavras
que eu já não quero ouvir
Quanto tempo se deve esperar
para começar a viver enfim?

O céu está num azul
tão límpido
Mas enxergo apenas tons gris
O frescor no ar anuncia
um dia de verão
Mas sinto um frio que gela
até a alma mais cálida
Quando foi que deixei levar-me
para o lado obscuro do mundo?

Ouvi o sussurrar de tuas angústias
Ouvi o murmúrio dos teus sorrisos
fingidos, perdidos, obscuros, doídos
De onde vem tanto pesar?
Que dor carregas no teu peito?
Uma dor sofrida, solitária, abandonada
Coração carregado, pesado
Arrisco-me a dizer
que é mais pesado que o céu
Suspenso, sem lugar onde ocupar

Vai, te entrega à escrita
Sofre, mói e remói toda essa consternação
Analisa em poesia essa expiação,
este penar
Troca, compartilha, divide
Me acompanha nessa contemplação do infinito
Nessa prostação
olhando a janela da alma

Nenhum comentário:

Postar um comentário