quarta-feira, 13 de outubro de 2010

A vida é a arte do encontro


"(...) A vida é a arte do encontro, embora haja tanto desencontro pela vida. Há sempre alguém a sua espera (...)" - Samba da bênção - Vinícius de Moraes

Definitivamente não consigo pensar o encontro como sendo uma mera aproximação entre duas ou mais pessoas. Não sei se influenciada pelos saberes da Psicologia ou pelas inúmeras vivências deste assim chamado "momento". Penso que é mais do que isso.

Explico por que.
Quantas vezes estivemos com pessoas e não fomos tocados pelo momento? Tocados aqui, não no sentido romântico, que aliás não é o meu forte.
Quantas vezes estamos com pessoas e ligamos o piloto automático das relações sociais?

O encontro passou a ser algo artificializado. As pessoas acreditam que é preciso um local e um propósito específico para que ele aconteça.

Acho que o encontro é o que nos definine enquanto sujeitos. Desde que nascemos, encontramos pessoas e situações e somos tocados, moldados, influenciados por elas.
Nos lugares mais banais somos atravessados por estes encontros.

Sendo assim, não consigo pensar o encontro como mera formalidade, como algo físico e visível, mas como algo que nos atravessa do exterior, que nos surpreende vindo de um fora novo, sempre em constante transformação.

Quem aqui nunca se sentiu tocado pelos raios de sol num belo encontro caminhando na beira da praia? E quem nunca sentou com uma pessoa e conversou por horas a fio sem ver o tempo passar, absorto na construção e nas trocas que uma boa conversa nos traz?

Encontramos pessoas e situações todos os dias. Algumas serão significativas, outras não. Algumas permanecerão em nossas vidas, outras, se perderão por entre os diversos caminhos que a vida nos leva.
Mas todos os encontros nos deixam marcas.

A vida, certamente é a arte do encontro. Nós é que teimamos em nos desencontrar.

2 comentários:

  1. Muito bom ! E a última frase resume esse belo texto. Aliás nós teimamos em quase tudo!
    Abraço

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