
domingo, 26 de dezembro de 2010
Encerrando o ano - E iniciando outro ciclo

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010
Deixe estar - é possível?!

Quando coloco a palavra remoer, estou trazendo um conceito de repetição "compulsiva", um eco constante e frequente que toma o pensamento em algum momento do dia (ou do dia todo, em alguns casos).
Uma oportunidade que se perdeu, um amor que se desfez, uma pessoa que nos decepcionou, uma situação onde não encontramos conformidade. Muitos são os pensamentos que às vezes atormentam nossas reflexões.
Fico me perguntando o por quê de fixar tanto o pensamento nessas situações e o que há neste acontecimento que não foi completamente resolvido a ponto de tomar a reflexão de forma tão perturbadora. Por que continuar a pensar tanto naquilo que já não pode mais ser alterado?
Acredito que muitos de nós somos movidos pelo desafio, sempre acreditando que é cedo demais para desistir. Deixar de procurar "soluções" seria uma forma de abdicar, de perder a batalha, seja ela qual for.
Mas, pensando do ponto de vista da boa saúde, será que é saudável pensar com tanto afinco naquelas situações em que já não podemos fazer mais nada, que não temos mais nenhum tipo de controle?
A repetição que considero saudável, é aquela que se faz para tentar resignificar os eventos da vida, para realojar sentimentos, para trazer e trabalhar uma nova significação, uma nova subjetivação. Isso é extremamente positivo e também necessário.
Às vezes, é preciso dar-se conta de que precisamos seguir em frente.
Aceitar que às vezes temos de deixar as coisas como estão não é o mesmo que desistir. Ao contrário, é poder ter um cuidado consigo mesmo e com seu tempo interno, que para cada um de nós é tão único, tão particular. Lidar com aquilo que não mais depende de nós é um grande desafio. Fazer o que se pode fazer e não ir contra a maré é a chave.
Precisamos aprender a pensar não para nos punir ou nos culpar por algo que não deu certo, que se perdeu em nossas vidas, mas pensar para poder tomar atitudes mais positivas, refletindo até onde se está fazendo o que se gosta e o que faz bem a si mesmo.
Deixar ir... Libertar-se da culpa de não poder fazer mais nada e perceber que "não fazer mais nada" também é atitude, também é força que nos move.